Componentes: Néia Gava Rocha, Camila Maria Juffu Lorenzoni, Rita de Cassia Scaramussa, Amanda Deprá Nicoli, Deize Maria Scaramussa de Mattos e Maria da Penha Menassa Panetto

Atividades dos blogueiros:

Rita de Cássia e Camila M. J. Lorenzoni - aplicação dos conteúdos.

Deize e Maria da Penha - pesquisas bibliográficas.

Néia - layout da página, busca por figuras e funcionalidade.

Amanda - exemplos que demonstram a aplicação dos conceitos trabalhados na unidade.




sábado, 10 de dezembro de 2011

Fichamento "Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: uma Agenda Contra o Racismo"


Módulo 3 - Políticas públicas e raça
Unidade 4 - Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: uma Agenda Contra o Racismo
Aluna: Néia Gava

O tema abordado nesta unidade se trata do “Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: uma Agenda Contra o Racismo”, o qual revela uma preocupação em reconstruir a trajetória política do movimento negro brasileiro. Para tanto, serão abordadas as estratégias de luta, os objetivos e as formas organizativas desses movimentos, com destaque para o movimento das mulheres negras. Para que tais demonstrações sejam possíveis, a unidade se fundamentou em literaturas especializadas sobre o tema (transformações de identidades desses movimentos sociais, bem como os principais desafios enfrentados por suas lideranças e associações na luta contra o racismo e em favor da ampliação da cidadania).
Os principais conceitos abordados giram em torno dos movimentos negros ocorridos no decorrer da história, pois tais movimentos surgiram no século XX, com os primeiros protestos contra o preconceito de cor nos jornais da chamada Imprensa Negra, ou seja, este se tratava de um jornal que estimulava da união da população negra.
A partir daí surgiram as formas de atuação antirracistas, o que significa afirmar que passaram a acontecer enfrentamentos públicos das manifestações preconceituosas contra os negros que tentavam participar de algo na sociedade. O que se via é que as pessoas que construíram toda a força de trabalho existente na sociedade, passou a ser discriminado e excluído do meio social, passou a sofrer por causa da sua cor, por causa de sua situação do passado (ex-escravo).
Assim, alguns jornais passaram a defender os movimentos antirracistas, pois queriam incutir na população negra, valores, princípios e educação que deveriam ser valorizados. Isso fez com que tais jornais se firmassem como imprensa negra.
Foi diante deste contexto de associativismo que surgiu o primeiro ciclo de mobilização do movimento negro, em que a Frente Negra Brasileira se consolidou como polo divulgador da política antirracista. Muitas pessoas passaram a fazer parte desse grupo. Inclusive algumas pessoas negras que tiveram ascensão social. Assim, surgiram “elites negras”, as quais eram formadas por pessoas que exerciam profissões liberais e diferenciavam-se pelo nível educacional.
            Todavia, após o Estado Novo, surgem novas formas de mobilização do movimento negro e suas reuniões aconteciam publicamente. Suas principais características são: o fortalecimento mundial das forças antirracistas
Neste contexto, foram reerguidas novas formas coletivas de combate ao racismo, quando o regime político oferecia mais abertura para as manifestações civis. Diante desta novidade, surgem duas entidades voltadas para a defesa dos negros: União dos Homens de Cor (UHC) e do Teatro Experimental do Negro (TEN), ambos lutavam igualdade racial no Brasil.
            Assim, surge um novo momento dos movimentos negros, o qual é caracterizado pela valorização da identidade, reconhecendo a ancestralidade africana do negro e não simplesmente pelo embranquecimento social, ou seja, forma conhecida para aqueles/as que conseguiam mobilidade econômica e social ou ser incluído no meio sócio-econômico.
            É importante mencionar que o projeto TEN propagou muitas peças teatrais pelo mundo, as quais eram fundamentadas na história do racismo, sempre tendo um negro como ator.
            E assim, podem ser citadas as mulheres negras, as quais sempre estiveram presentes nos movimentos negros. Dentre eles podem ser mencionados movimentos intelectuais, organizações e projetos políticos. No entanto, elas encontravam grandes empecilhos para ocupar as posições de dirigentes nas organizações políticas negras.
            No âmbito intelectual, podem ser citadas Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez, ambas refletiram sobre os efeitos do racismo sobre a população negra, em especial, os impactos singulares sobre as mulheres, pois acreditavam que as mulheres negras sofriam mais que os demais negros diante da discriminação racial no país.
            Foi diante deste contexto da participação da mulher negra no movimento antirracista que surgem os primeiros grupos organizados de mulheres negras, ligados inicialmente ao movimento negro e feminista. Tais movimentos foram fortalecidos diante das experiências adquiridas tanto em contextos nacionais como internacionais, pois estas serviam de exemplo para que as novas mobilizações pudessem ter êxito.
            Assim, vale afirmar que tais mobilizações fizeram com que surgissem algumas entidades voltadas para o movimento da mulher negra, tais como Maria Mulher, Geledés, Criola, Casa de Cultura da Mulher Negra, Mãe Andresa, Fala Preta, dentre outras.
            É importante mencionar que essas experiências e ações habilitaram o movimento a desenvolver intervenções significativas em várias instâncias. Nesse sentido, a conferência de Beijing, na China,por exemplo, teve uma forte participação das mulheres negras,o que acarretou uma interferência nas concepções políticas que normatizam alguns documentos oficiais (Declaração e Programa de Ação), que são considerados relevantes para o desenvolvimento de políticas voltadas paras as mulheres do mundo inteiro.
            Isso significa afirmar que o movimento negro e o da mulher negra ganharam espaço na sociedade de forma a ressignificar a importância do negro tanto para a cultura, quanto para os demais aspectos da humanidade.
            Tais movimentos tiveram tanta importância que conquistaram algumas leis. Dentre elas pode ser citada a Constituição de 1988, o que culminou na abertura de ações de implementação de políticas direcionadas para a população negra.
            Com isso, houve a necessidade de criarem o I Encontro Nacional de Entidades Negras, o qual permitiu perceber-se a força e a experiência que o movimento já havia conquistado perante a sociedade.
Torna-se importante mencionar que a partir dessas conquistas, muitas outras foram acontecendo devido à força que os movimentos coletivos tinha.
Diante das leituras e das análises realizadas, percebo que a relação existente entre a temática aqui estudada e a minha realidade é que todo movimento ganha força quando há união, ou seja, quando se ambiciona um aumento de salário, por exemplo, é necessário que toda a classe de funcionários esteja reunida e tenha os mesmos objetivos. Assim também  aconteceu com as mulheres negras, as quais se uniram para atingir o objetivo de extinguir, ou pelo menos amenizar, o racismo e seus efeitos, e, com isso, alcançaram muitas conquistas.
Dentro deste contexto, uma ideia que me ocorreu em relação ao meu trabalho depois da leitura e sistematização da unidade é desenvolver atividades multidisciplinares que contemplem a presença da mulher negra. Ou seja, durante as aulas é necessário que as mulheres (as alunas) negras realizem atividades de comandos em grupos, demonstrando que elas podem e devem liderar grupos que tenham componentes masculinos.Isso fará com que os alunos comecem a perceber que a mulher negra tem tanta importância ee tanta capacidade quanto às mulheres brancas.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: Uma Agenda Contra o Racismo. In: Curso de formação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/ GPP-GeR, Módulo III, unidade IV. Disponível em: http://www.gppgr.neaad.ufes.br/file.php/113/Modulo3/mod3_unid4.html.


Postado por Néia Gava, em 10 de dezembro de 2011.

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