Componentes: Néia Gava Rocha, Camila Maria Juffu Lorenzoni, Rita de Cassia Scaramussa, Amanda Deprá Nicoli, Deize Maria Scaramussa de Mattos e Maria da Penha Menassa Panetto

Atividades dos blogueiros:

Rita de Cássia e Camila M. J. Lorenzoni - aplicação dos conteúdos.

Deize e Maria da Penha - pesquisas bibliográficas.

Néia - layout da página, busca por figuras e funcionalidade.

Amanda - exemplos que demonstram a aplicação dos conceitos trabalhados na unidade.




sábado, 24 de março de 2012

Entrevista



O blog, Saúde em Foco, conseguiu realizar uma entrevista com uma mulher negra do município de Vargem Alta que, para manter a sua identidade, será chamada de Líbia, a qual tem apenas 26 anos e é mãe solteira. Segue a entrevista:

Saúde em Foco: Líbia, para você, o que significa ser uma mulher negra?

Líbia: Para mim, ser uma mulher negra é ser vítima constantemente de preconceitos e discriminações diversas. Já passei por situações horríveis. Não gosto nem de me lembrar.

Saúde em Foco: Qual é a sua escolaridade? Em que você trabalha?
Líbia: Estou lutando para conseguir terminar o ensino médio à noite, pois trabalho durante o dia como diarista.

Saúde em Foco: Você já tentou conseguir outro tipo de emprego?Em outra área que não fosse em residências?
Líbia: Sim, já procurei, mas sem conseguir nada. E nunca ouvi o porquê de não me darem emprego. Por isso, acredito que seja pela minha cor.

Saúde em Foco: Você acredita que em seu município há ações que visam acabar com o preconceito racial?
Líbia: Não. Nunca ouvi ninguém fala nada sobre isso. Nunca ouvi, sequer, alguém usando este tipo de plano num período eleitoral.

Saúde em Foco: Você já sofreu algum tipo de agressão moral?

Líbia: Sim. Muitas vezes. Acredito que isso aconteça com todos nós que somos negros. Sempre que passo em algum lugar público, onde há pessoas mais jovens, escuto “que negona!!”, “criôla”, entre tantos outros nomes que mexem com a minha cor e acabam me ofendendo.

Saúde em Foco: E sobre agressão física. Você já sofreu alguma nas ruas, em casa ou em qualquer outro lugar por ser negra?

Líbia: Não. Nunca me bateram por eu ser negra. Mas penso que as palavras que ouço são mais dolorosas que um tapa.

Saúde em Foco: Você acredita que o racismo é fruto de falta de uma política pública ou por falta de educação das pessoas?

Líbia: Diante de meus poucos conhecimentos, acredito que as pessoas racistas são assim porque tiveram uma educação familiar que lhe permitiram ter esse sentimento. Mas também penso que Vargem Alta precisa ter algumas ações voltadas para este problema, pois não sou a única que me considero vítima do preconceito racial.

Saúde em Foco: Para finalizar, deixe uma mensagem para as pessoas racistas.

Líbia: Acredito que ser racista é uma escolha, pois todos nós podemos deixar de discriminar as pessoas pela cor ou pela opção sexual. Assim, pensem: o que você ganha por ter um sentimento racista?
Líbia concedeu esta entrevista ao blog sob a condição de que sua identidade não fosse revelada. Desta forma, podemos, até mesmo, fazer uma breve análise acerca dos resultados obtidos e apresentados acima.

       Será que se a Líbia fosse uma mulher branca e loira, teria problema em conseguir outro emprego que não fosse como diarista?Será que ela não é mais uma personagem do triste cenário de preconceito racial existente em Vargem Alta e em todo o Brasil?

Provavelmente, o fato de nossa entrevistada ser mulher e ser uma negra a desfavoreça gravemente nesta sociedade onde as políticas públicas ainda não são aplicadas como deveriam em todas as regiões do país.

Entrevista realizada e postada por Néia Gava, no dia 24 de março de 2012.


3 comentários:

  1. Sua entrevista ficou ótima, é bom saber como a mulher negra se sente no nosso município.

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    1. Verdade, Cássia!E nem sabemos de tanta coisa sobre elas, não é verdade??Foi muito interessante conseguir esta entrevista, pois ela nos revela informações que, até então, não éramos capazes de perceber em Vargem Alta.

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  2. Muito legal a iniciativa, parabéns pela ideia.
    Acredito que as demais componentes do grupo também devessem comentar a entrevista, analisando-a a partir dos conhecimentos adquiridos no curso.

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